segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Orquestra de sangue

Delira em martírios
No embrutecer da sanidade
Estridentes silvos de agonia
Ressoam pelo eco
Da fulgente claridade.

Uma sinfonia
Orquestrada por sangue
E por criminosa crueldade.
Vozes do inferno
Coros Dantescos
Gritam brutalidades.

Um tempo arcano
Todos marcam compasso
Com seus instrumentos desafinados
Nenhum acorde anódino
Como um pesadelo desesperador e amorfo.

A vingança, melódica, flui como o sangue
A raiva rufa os tambores
O ódio toca seus violoncelos
O desespero brota como flores.

Toda essa música e fuga em espelho
Como sinfonia ou simples alegretto
Envolve o mundo com suas notas
Todos os dias
E em todas as horas.