segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Angor

  Toco em algo que rabiscaste levianamente e recuo, como que com tinta na garganta e pedras no coração, não digo que o remorso queima-me, mas recuo pois este cativa-me, gela-me e afoga-me, há tinta na garganta, existem palavras não pronunciadas, sentimentos não anunciados e tudo resta em mudez, este enunciado asfixia-me, este chama-se silêncio.
  Chama-se necrópole de desejos, passou a hora, foram-se os dias, são póstumos e finados anseios, no qual ao túmulo a lembrança sempre trás flores. Floreia memórias, disseca dissabores, desata essa corrente de angústia que arranha as artérias ao levar consigo seixos ao coração. Estes que lotam as breves existências e as eternizam n'uma contrição infindável, coagulam o pensamento, este agora é silêncio.
   Este silêncio leva consigo o nome "vazio". Vazio, pois é impotência, ausência e ignorância, impede-te de respirar e falar, não pronunciar, mas expressar-se. Imobilidade causada pelo medo, o bondoso senso, imperioso, impecável e vigilante. Residente deste rochedo cardíaco, o medo é onipresente. É, pois, onisciente, já que prega os riscos da sinceridade com destreza. 'Cale-se, é melhor", ele sussurra, ameaçador. É também onipotente, podendo facilmente sufocar, usando seus pesados tentáculos, a verdade. E, já se sabe: silêncio é o servo fiel do medo.
   Não se sabe ainda se o medo provém de dentro ou fora, mas deve compor, com certeza, os minérios das pedras que calam o coração. Bem, n'uma tarde singular tive a oportunidade agradável de conversar com o vento, que, em sua indubitável vivência, disse-me:
 "Pedras erguem castelos", e, depois de brincar com as pétalas e poeiras, pensativo, acrescentou "Se bem lapidadas".

Para acalentar a alma....


  Joe Satriani! Um dos melhores guitarristas que eu conheço! A música "Always With me, Always With You" é uma das mais famosas deste guitarrista norte-americano, bem, é uma baladinha romântica pra falar a verdade! Contudo, não é uma melodia vazia abordando romance, mas sim uma harmonia inegualável, que floresce um morno abraço na alma.
   O álbum "The Extremist" é uma boa dica para quem gostou desse som, na minha opinião, um dos melhores álbuns de Joe. E quem curte um baita instrumental com o foco sobre solos de guitarra, há ainda o Paul Gilbert, Albert Lee, Steve Morse, o virtuoso e exibido Yngwie Malmsteen, outro mestre, bem conhecido, chamado Steve Vai, Santana, Steve Ray Vaughan, John Petrucci, Eddie Van Halen, Jeff Beck, Johnny Winter, Pat Martino, Nuno Bettencourt, Kiko Loureiro, Pepeu Gomes...