domingo, 27 de dezembro de 2009

"Hyde e Jekyll"

Personalidade  

                                   "Hyde e Jekyll" O lado bom e mal de cada ser."
        Há alguns meses, li um ótimo livro, na minha opinião, pois tem gente que não gostou, este livro era "O médico e o monstro", um clássico da literatura infanto-juvenil (ainda não gosto desses rótulos esquisitos). Onde o advogado Gabriel Utterson se depara com um grande mistério envolvendo ele e seus conhecidos."O Médico e o monstro" é um suspense de ficção ciêntifica, muito bem elaborado e tratando de um tema muito intrigante.
(capa do livro de Robert Louis Stevenson, escritor do "Médico e o monstro" da editora "Melhoramentos").

O que é muito interessante no livro, é o autor tratar o tema: personalidade. Hyde e Jekyll são extremos opostos, representam o bem e o mal que reside em cada ser humano.Pois, no fim, ninguem se compreende por completo.

Não vou falar muito sobre o livro, senão acabarei contando toda história, e ai, pra quem quiser ler, ou quem ainda não tenha lido o livro ainda, vai ser extremamente chato.Então, vou falar sobre o que realmente me intrigou.

O que gostei foi o modo de como o autor tratou de "dupla personalidade", o que todos nós temos, não como doença, é claro, mas mesmo não percebendo, quando ocorre a famosa e chata "indecisão" é quando dois "eus" entram em conflito.

Eu mesma falo sozinha (é melhor para pensar), e as vezes me deparo com uma opinião contrária a minha "consciênte opinião", ou aquela que eu acreditava ser minha e de meu agrado, ou seja, conscientemente eu falo algo, no entanto, simultaneamente, eu acho outra coisa, estão me acompanhando?Não? Pois é, é difícil mesmo, desse jeito horroroso que eu falo não espero que entendam de primeira.

Uma prova disso é quando dormimos, ou sonhamos, ou "pesadelamos"(me pergunto porque não existe este verbo, é muito útil).Botamos o consciênte e o inconsciênte para "discutir", como Jung diz:
   
            "Dentro de cada um há uma sombra escondida.Por trás da máscara que usamos para os outros, por baixo do rosto que mostramos à nós mesmos, vive um aspecto oculto da nossa personalidade.
De noite, enquanto dormimos indefesos, sua imagem nos confronta face a face".

Ufa!Agradeço aJung por me ajudar, esse texto traduz perfeitamente o que quero dizer.Bem, essa teoria da dupla personalidade (Jekrll and Hyde) talvez seja mais uma razão para pesadelos, sonhos, ou atos incontroláveis.

Por exemplo, segundo Freud, o que fazemos sem intenção é o que realmente queremos fazer, ou seja, aquela ação um tanto incontrolável, aquela ação meio "ao acaso", e castigada pelo consciênte, está registrada no inconsciênte, é o que realmente queremos fazer, mas o consciênte não admite, nem sequer pensa em fazer esse tal ato, essa tal ação e se o faz, é com receio e sempre tentando evitar.

(Nesse oitavo ano do ensino fundamental deveria ter aula de filosofia! Sinto-me horrivelmente perdida ao falar sobre isso, coisa que não deveria acontecer, ou melhor, não aconteceria se tivesse aula de filosofia pra ensino fundamental... Socorro! Estou sendo redundante!)

Sim, sim, bem, caros leitores, isso tudo está muito confuso de ler e entender, e decididamente muito mais confuso para eu explicar. Vejamos, tal dupla personalidade, o querer e o não querer, o consciênte e o espectro do inconsciênte, o bem e o sociamente inaceitável, seja por condições sociológicas, morais ou dogmais religiosos...Defina como quiser, mas ela com certeza existe dentro de cada um.

Um exemplo básico, suponhamos que sua pessoa seja tomada por uma imensa raiva, por razões que eu nem imagino e nem quero saber, nessa raiva desvairada você sente a vontade de se vingar. Isso, é um sentimento praticamente incontrolável, esse é o mal, é o Hyde, dentro de você, é o "primitivo" agindo... (Hm, nota mental: Lembrar de perguntar a algúem, já que não tem aula de filosofia na porcaria do ensino fundamental, se o id seria então rudimentar? ligado a algo evolutivo e primitivo? E o prazer? Pode ser educado? Tal sentimento pode ser canalizado para determinadas ações ou até ser ignorado e/ou anulado?)

Desculpem o devaneio, voltando ao exemplo, bem, chega o dia seguinte e você passa por essa pessoa que te irritou, ai você, sem querer, realmente sem querer, derruba todos os livros, ou todas as coisas pesadas que estão na sua mão.Isso, meu caro leitor, é o inconsciênte agindo, sim, é uma ação incontrolável, é o que você intimamente quer, lá no fundo da sua alma, do seu desespero de se vingar, mas a moral, a consciência, a mini-mãe no seu ombro, diz que "não pooode, meu filho".

Mesmo que na hora do "acidente" você não estivesse pensando nisso, na vingança, é o que você realmente queria.Entenderam?Não?Se é 'não' nem sei mais o que falar, mas prometo que chegaremos em algum lugar D:

Bom, mas o nosso intelecto só contém o que entendemos, se não entendermos, se não retermos o conhecimento, ai de nada vai adiantar.Esqueceremos num piscar de olhos que lemos tal coisa, ou estudamos tal coisa. Cebolas!

Bem, vou tentar dar uma explicação prática, talvez eu esteja te enchendo o saco, porque talvez já tenha entendido, maaaas, poréem, portanto, todavia, entretanto... Eu, bravamente, irei desafiar essas imposições etárias e limites pedagógicos (cofcof, falta de aulas de filosofia no ensino fundamental) e minha ignorância pré-adolescente para tentar explicar, resumidamente:

Todos nós, seres humanos (possivelmente animais) somos providos de consciência. E não apenas esta, mas infinitas facetas que mudam de acordo com o tempo, com o meio, com a época, com as convicções adquiridas...com a idade (e com a presença ou não de aulas de filosofia!brincaaando). Nesta imensidao deparadoxos e debilidades comuns, temos as duas personalidades retratadas por Stevenson, a que mostramos e comandamos  e a que guardamos, escondemos, pois aos olhos da sociedade ou qualquer julgamento ela seria punida, e é mais difícil de conter (mas possível) justamente pela proibição. Às vezes, há conflitos entre as duas, nos momentos de decisão, de embate, de lembranças..etc.

Acabei de me lembrar de um exemplo muiiito comum, e muito fácil: O anjinho e o diabinho, que por vezes aparecem nos filmes, no ombro do personagem, confundindo-o em relação a algo. Então, é praticamente isso.
                             

Há a consciência (superego), a "chata certinha", que acumula todos as lições que sua mãe te disse, como olhar para atravessar a rua, não falar com estranhos... e o chamado Id, ou o Hyde, o que não tá nem aí pra regra nenhuma, que faz as coisas sem pensar nas consequências e etc...o inconsciênte..o que não analizamos...o nosso desconhecido conhecido, nosso medo e nosso amigo,
   
 Ah, Subconsciênte e inconsciênte são sinônimos. E enfim, esta dupla personalidade que reside em nós não é o mesmo que "bipolaridade", nem o mesmo que "Transtorno dissociativo de personalidade", não, é o comum, nossa anormalidade normal, e não uma "patologia avançada", ou doença que realmente necessite de atendimento médico (não me referindo a psicólogos e cia, mas a tratamentos alopáticos...que julgo ineficiênte muitas vezes!).

        Bem, para finalizar, 'existem' então:
        *Ego (o consciênte influenciável- O Ombro)
        *O super ego (o "Senhor do consciênte" - O Anjo)
        *Id (o "Inconsequênte" - O diabo)


No teatro é comum o embate entre as variadas formas de se criar um personagem,
segundo Stanislavski o ator deve trabalhar a personalidade da personagem
usando uma memória emotiva, o "de dentro para fora", assim o enfoque seria o
comportamento da personagem e seus porquês emocionais para agir, e em
segundo plano as definições do aspecto físico.

                                        
                 
  


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