segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

.

Arcana alma encerrada em sua máscara

Lá tu estas
Com tua máscara alegre
Para os outros, cravada na alma
Bem, tu te mostras assim
Sob bela máscara de felicidade
Fingindo que aquilo é realidade.

Chega a noite
Negra e misteriosa
E estas em casa
O vazio a te encarar
O vazio, apenas isto.

A tristeza fica lá
Paira sobre o ar
Tua respiração ela observa
E no teu colo pousa
A ronronar.

E de repente,
Escondendo em tuas mãos teu rosto,
Cheia de rancor e tristeza
Tu choraste
E a desventura
Repousada em seu ventre
Sussurra em sol de amargura
"Dançaste"



A Luva de Veludo

Eis a mácula daquele assassino
A Luva de veludo nas mãos
Ele adentra na áustera sala fúnebre
Mata um, tênue sorriso em abstenção.

Eis que percorre feudos e campos
Este justiçeiro injusto segue em frente.
Continua com sua vingança ignífera
Intensa e indiferente.

Reza a lenda do andarilho
Que aquela bela luva de escroque
Matava dos fracos aos fortes
Com apenas e somente um toque.

Um leve sopro 
Um sopro de morte
E o apaziguamento virá
Nada mais, nenhum norte.

Pois bem, em meus anos de aranzel
Escutei os de bom coração
E disseram que aquele cavaleiro cruel
Não acumulava nenhuma contrição.

Mas segundo as violas e menestréis
As quais ouvi alegremente em bordéis
Ele Dizia:
"Matar é fazer desvanescer
toda e qualquer preocupação."

(Eu me indagava "e também qualquer alegria?")
"É fazer o bem"
Dizia ele em tom salvador
"Livrar almas do maior mal,
Ferida latente em ardor."

"Da vida e suas pulgentes dores"
Ele disse, taciturno, quando encontrou-me
Mas o homem não soube responder-me
Quando ousei:
"Mas e os sorrisos e suas flores?"

Nenhum comentário:

Postar um comentário